Organizando velhos papeis deparei-me com um calhamaço de cartas com envelopes iguais.
Eram as suas cartas. Todas elas estavam ali me dizendo o que fomos um para o outro.
Fiquei surpresa de ver que eu ainda titubeava diante de suas palavras. Mesmo que elas estivessem dobradas numa folha de papel amarelecido pelo tempo.
Um pedaço da minha história estava ali guardado dentro de tantos envelopes. Foi assim que ficou nosso amor, fechado em cartas que escrevemos, e que às vezes nem enviamos.
Abri uma delas para me certificar de que o passado não me afetaria. Mas qual o que? Você estava lá me dizendo que minha voz te inebriava. Que meus passos mansos causavam ciúme em você. Que minha boca deveria calar para o mundo e falar apenas para você. Que seus sonhos eram todos com nós dois. Me lembro do que senti quando li esta carta e tive medo de ser eternamente prisioneira do seu coração. Talvez nesse momento nosso relacionamento tenha começado a perder o perfume...
E hoje estou aqui depois de tantos anos me torturando com a dúvida: Será que teríamos sido felizes se continuássemos?
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