quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Chegaste em minha vida!



Chegaste como a brisa que sopra em noite de calor.
Deslumbrante visão para meus olhos inocentes.
Teu perfume se espalhou com o vento e te trancou em mim.
Chegaste como a flor que desabrocha em silencio na noite escura provocando olhares de surpresa na manhã seguinte.
Chegaste como chega a onda do oceano que avança espumante na areia fina.
Vieste com o glamour de uma adolescente em “debut”.
Provocaste os curiosos e os “dom juans” quando entraste.
Invadiste minh’alma sem piedade e sem pudores.
Ousada, posaste para meus olhos no alto da escada com vestido esvoaçante que te envolvia numa atmosfera misteriosa e sonhadora.
Fingiste o tempo todo. Fingiste não saber que o cenário que escolheste seria o túnel do tempo que me manteria preso para sempre.
Fingiste que não me via aprisionado ao teu corpo respirando ar que me oferecias.
Fingiste que que não me amava, mas não me libertavas de teus laços.
E eu apaixonada narradora de tua beleza, não procurava ser liberta.
Fingiste o tempo todo.
de minha autoria

Seu sorriso nos uniu - Ana Maria







O seu sorriso me motiva, me dá forças!




Quando nos conhecemos naquela velha estação de trens não podia imaginar o que viria depois.

Naquela tarde de outubro o vento soprava as copas das árvores que arcavam até o chão. O perfume das flores fazia os corações apaixonados sonharem. Era uma primavera de tantas outras. Saltei do trem e na plataforma estava você com olhar perdido para o infinito dos trilhos. Suas malas aborrecidas no chão pareciam não querer partir.

E permaneci ali à espera de minha conexão sem conseguir desviar os olhos de você.

Não, não era uma primavera como todas as outras.

Meu coração batia forte e sua silhueta ao sol parecia brilhar para mim. Sua camisa de tecido leve se movia intensamente ao vento e você nem notava. Alheio ao tempo sua boca parecia cantarolar alguma canção. Fiquei curiosa e me aproximei. Notei que seu pé batia no compasso da música que cantava.

De repente você me viu, e sorriu um sorriso que o tirou do mundo onde estava. Meu cabelo espalhado e desorganizado o fez rir. E sua voz me pedindo desculpa por ter achado engraçado meu cabelo assim tão “doidinho”. Jamais esquecerei esse dia. Sua mão estendida para mim ao mesmo tempo em que dizia: “Francisco, eu me chamo Francisco” , e você? Tudo parecia ter sido ensaiado para me impressionar. Para me fazer apaixonar por você. Cúmplices, o vento, o sol, a plataforma da velha estação, os ruídos dos apitos dos trens, a primavera, sua silhueta, sua voz, e principalmente seu sorriso.

Suas malas se amontoaram às minhas e ali permanecemos até anoitecer quando então desistimos de ir para onde íamos, e fomos juntos para uma cidade qualquer onde estamos até hoje com a família que formamos.

Daquele dia em diante meu coração nunca mais entrou na freqüência normal.

Seu sorriso me motiva, me dá forças, me faz feliz.

Lembrando nós dois - Ana Maria



Todas as vozes do mundo pareciam dizer seu nome em sussurros.

Que sentimento era aquele que arrebatava tudo, e todos os outros sentimentos?

Era amor de verdade, estava certa.

Um amor sem precedentes, sem medo e de muita ousadia.

Um sonho que eu sonhava acordada.

Imagens que me levavam para além de mim mesma.

Nunca me passou pela cabeça que um dia terminaria um relacionamento tão aglutinado.

Imaginei que seria eterno e isso me fortalecia.

Isso me deu forças para amparar-me quando tudo acabou.

Tenho dúvida se algum dia alguém viveu ou sentiu algo tão forte e dominador que guiasse todos os seus atos.

Duvido que outra pessoa tenha sido amada com tal imensidão e avidez como eu amei você.

Foi tudo tão grande e poderoso entre nós dois.

Tenho medo do que restou de mim depois tudo. Mas pondero.

Hoje me sinto leve, ou vazia, mas não sinto sua falta.

O que ficou foi uma recordação carregada de tudo entre nós.

O que restou foi uma mulher completa por ter amado mais do que a si mesma.

Obrigada, meu amor.
de minha autoria

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Era tudo tão imenso. Tudo tão forte! - Ana Maria


Imagem nítida sua face reluz diante dos meus olhos úmidos todas as noites.

Meus pensamentos vagueiam pelos contornos bem moldados do seu rosto jovem e estancam quase estatelados nos seus lábios carnudos.

Maldoso foi quando oferecia seus lábios para os meus beijarem, e desfrutava de uma entrega sem precedentes. Uma entrega tão verdadeira, e quase ingênua.

Maldoso também foi quando telefonava pela madrugada para me ouvir dizer o quanto o amava, e aproveitava para me enviar beijos macios que incendiavam meu peito.

Tão maldoso quando me inspirava a escrever inúmeras cartas, onde apaixonada registrava sentimentos que nunca, jamais, registrei antes.

Abriu seus braços acolhedores para que eu me atirasse neles, e assim o fiz sem cuidados, sem temores.

Liberou seus sonhos para que eu fizesse parte deles, e quase fui protagonista.
Rimos juntos. Choramos juntos. Rezamos juntos.

Parecia que nada poderia demolir o que estávamos construindo com nossa paixão.

Sentia-me tão invencível que não havia necessidade de estar em outro lugar que não fosse nos seus braços.

Era tudo tão imenso. Tudo tão forte! Uma relação regada de sentimentos tão verdadeiros e sinceros que fazíamos planos para nós dois.

Mas o tempo se encarregou de mostrar que vivíamos um maravilhoso momento de nossas vidas, apenas isso.

Sofri muito quando constatei que nossa relação se esvaia. Lutei ainda para tentar manter você comigo. Mas foi em vão.

Minhas noites desde então têm sido de lembranças, e lágrimas.

Ouço tantos me dizerem que em breve outra pessoa preencherá esse espaço vazio e serei feliz de novo. Mas não acredito nisso, não neste momento, pois não há nenhuma lacuna, nenhum espaço vago a ser preenchido. O espaço que existe está carregado de momentos, de saudade, de lembranças, e principalmente de amor, de um grande amor que não acabou e parece não querer acabar jamais.

Um grande amor não acaba... - Ana Maria

Um grande amor que não acabou e parece não querer acabar jamais...

Imagem nítida sua face reluz diante dos meus olhos úmidos todas as noites.

Meus pensamentos vagueiam pelos contornos bem moldados do seu rosto jovem e estancam quase estatelados nos seus lábios carnudos.

Maldoso foi quando oferecia seus lábios para os meus beijarem, e desfrutava de uma entrega sem precedentes. Uma entrega tão verdadeira, e quase ingênua.

Maldoso também foi quando telefonava pela madrugada para me ouvir dizer o quanto o amava, e aproveitava para me enviar beijos macios que incendiavam meu peito.

Tão maldoso quando me inspirava a escrever inúmeras cartas, onde apaixonada registrava sentimentos que nunca, jamais, registrei antes.

Abriu seus braços acolhedores para que eu me atirasse neles, e assim o fiz sem cuidados, sem temores.

Liberou seus sonhos para que eu fizesse parte deles, e quase fui protagonista.

Rimos juntos. Choramos juntos. Rezamos juntos.

Parecia que nada poderia demolir o que estávamos construindo com nossa paixão.

Sentia-me tão invencível que não havia necessidade de estar em outro lugar que não fosse nos seus braços.

Era tudo tão imenso. Tudo tão forte! Uma relação regada de sentimentos tão verdadeiros e sinceros que fazíamos planos para nós dois.

Mas o tempo se encarregou de mostrar que vivíamos um maravilhoso momento de nossas vidas, apenas isso.

Sofri muito quando constatei que nossa relação se esvaia. Lutei ainda para tentar manter você comigo. Mas foi em vão.

Minhas noites desde então têm sido de lembranças, e lágrimas.

Ouço tantos me dizerem que em breve outra pessoa preencherá esse espaço vazio e serei feliz de novo. Mas não acredito nisso, não neste momento, pois não há nenhuma lacuna, nenhum espaço vago a ser preenchido. O espaço que existe está carregado de momentos, de saudade, de lembranças, e principalmente de amor, de um grande amor que não acabou e parece não querer acabar jamais.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Álvares de Azevedo disse: Quero em teus lábios beber os amores do céu...




Amor



Amemos! Quero de amor

Viver no teu coração!

Sofrer e amar essa dor

Que desmaia de paixão!

Na tu'alma, em teus encantos

E na tua palidez

E nos teus ardentes prantos

Suspirar de languidez!



Quero em teus lábio beber

Os teus amores do céu,

Quero em teu seio morrer

No enlevo do seio teu!

Quero viver d'esperança,

Quero tremer e sentir!

Na tua cheirosa trança

Quero sonhar e dormir!



Vem, anjo, minha donzela,

Minha'alma, meu coração!

Que noite, que noite bela!

Como é doce a viração!

E entre os suspiros do vento

Da noite ao mole frescor,

Quero viver um momento,

Morrer contigo de amor!



Manoel Antonio Álvares de Azevedo


(São Paulo SP, 1831 - Rio de Janeiro RJ, 1852) Cursou Letras no Imperial Colégio de D. Pedro II, no Rio de Janeiro, e em 1848 matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo. Nos anos seguintes, redigiu os poemas do romance A Noite na Taverna, o drama Macário e ensaios literários sobre Bocage, George Sand e Musset. Em 1849, discursou na sessão acadêmica comemorativa do aniversário da criação dos cursos jurídicos no Brasil. Três anos depois faleceria, sem chegar a concluir a faculdade. Sua obra, que abrange também os poemas da Lira dos Vinte Anos e a prosa do Livro de Fra Gondicário, foi reunida e publicada em 1942. Álvares de Azevedo é um dos principais nomes da segunda geração do romantismo brasileiro. Seus poemas, impregnados do spleen de românticos como Byron e Musset, tratam principalmente da morte e do amor, este freqüentemente idealizado. Outro traço importante da poesia de Álvares de Azevedo, segundo o crítico Antônio Cândido, é "o gosto pelo prosaísmo e o humor, que formam a vertente para nós mais moderna do Romantismo".

Castro Alves disse: Tudo que me rodeia de ti fala...




Horas de Saudade



Tudo vem me lembrar que tu fugiste,

Tudo que me rodeia de ti fala.

Inda a almofada, em que pousaste a fronte

O teu perfume predileto exala



No piano saudoso, à tua espera,

Dormem sono de morte as harmonias.

E a valsa entreaberta mostra a frase

A doce frase qu'inda há pouco lias.



As horas passam longas, sonolentas...

Desce a tarde no carro vaporoso...

'Ave-Maria o sino, que soluça,

É por ti que soluça mais queixoso.



E não vens te sentar perto, bem perto

Nem derramas ao vento da tardinha,

A caçoula de notas rutilantes

Que tua alma entornava sobre a minha.



E, quando uma tristeza irresistível

Mais fundo cava-me um abismo n'alma,

Como a harpa de Davi teu riso santo

Meu acerbo sofrer já não acalma.



que tudo me lembra que fugiste.

Tudo que me rodeia de ti fala...

Como o cristal da essência do oriente

Mesmo vazio a sândalo trescala.



No ramo curvo o ninho abandonado

Relembra o pipilar do passarinho.

Foi-se a festa de amores e de afagos...

Eras — ave do céu... minh'alma — o ninho!



Por onde trilhas — um perfume expande-se

Há ritmo e cadência no teu passo!

És como a estrela, que transpondo as sombras,

Deixa um rastro de luz no azul do espaço...



E teu rastro de amor guarda minh'alma,

Estrela que fugiste aos meus anelos!

Que levaste-me a vida entrelaçada

Na sombra sideral de teus cabelos!...



Curralinho, 2 de abril de 1870.



Antonio Frederico de Castro Alves


Poeta brasileiro da última fase do romantismo (Muritiba, BA, 1847 - Salvador, 1871). Extremamente sensível às inspirações revolucionárias e liberais do séc. XIX, viveu com intensidade os grandes episódios históricos do seu tempo e foi, no Brasil, o anúncio da Abolição e da República; devotou-se apaixonadamente à causa abolicionista, o que lhe valeu a antonomásia de "Cantor dos escravos". Teve intensa vida sentimental, havendo desempenhado importante papel em sua lírica a ligação amorosa com a atriz Eugênia Câmara. Duas vertentes se distinguem em sua poesia: a feição social e humanitária, à Vitor Hugo, em que alcança momentos de fulgurante eloqüência épica; a feição lírico-amorosa, mesclada da sensualidade de um autêntico filho dos trópicos.




Neruda disse: Ámame esclava mía!




Esclava mía, témeme. Ámame. Esclava mía!


Esclava mía, témeme. Ámame. Esclava mía!

Soy contigo el ocaso más vasto de mi cielo,

y en él despunta mi alma como una estrella fría.

Cuando de ti se alejan vuelven a mí mis pasos.

Mi propio latigazo cae sobre mi vida.

Eres lo que está dentro de mí y está lejano.

Huyendo como un coro de nieblas perseguidas.

Junto a mí, pero dónde? Lejos, lo que está lejos.

Y lo que estando lejos bajo mis pies camina.

El eco de la voz más allá del silencio.

Y lo que en mi alma crece como el musgo en las ruinas.






Pablo Neruda


Pablo Neruda (Neftalí Ricardo Reyes Basoalto), foi um poeta chileno, um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX, nascido em Parral (Chile) no dia 12 de Julho de 1904, Filho de José del Carmen Reyes Morales, operário ferroviário, e dona Rosa Basoalto Opazo, professora primária, morta quando Neruda tinha um mês de vida. Cônsul do Chile na Espanha (1934-1938) e no México, eleito senador em 1945, foi embaixador na França (1970). Suas poesias da primeira fase são inspiradas por uma angústia altamente romântica. Passou por uma fase surrealista. Tornou-se marxista e revolucionário, sendo, primeiramente, a voz angustiada da República Espanhola e, depois, das revoluções latino-americanas. Faleceu em Santiago (Chile) no dia 23 de Setembro de 1973.



Cecília Meireles disse: É preciso aprender a olhar...




A arte de ser feliz


Houve um tempo em que minha janela se abria

sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.

Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.

Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,

e o jardim parecia morto.

Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,

e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as

plantas.

Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o

jardim não morresse.

E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água

que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente

feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.

Outras vezes encontro nuvens espessas.

Avisto crianças que vão para a escola.

Pardais que pulam pelo muro.

Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.

Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.

Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Á

s vezes, um galo canta.

Às vezes, um avião passa.

Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.

E eu me sinto completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,

que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não

existem,

outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,

finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.




Cecília Meireles



Poetisa brasileira, nasceu no Rio de Janeiro em 7 de janeiro de 1901

Em 1910, concluiu o curso primário e, sete anos depois diplomou-se professora primária e passou a desenvolver intensa atividade como educadora. Estudou também línguas, canto, violino. Aos dezoitos anos lançou o livro de poemas Espectros, pelo qual recebeu elogios da crítica especializada. Em 1934 organizou a primeira biblioteca infantil do país. Em 1935 foi nomeada professora de Literatura Luso-brasileira e, depois, de Técnica e Crítica Literária na Universidade do então Distrito Federal. Cecília Meireles faleceu no dia 9 de novembro de 1964, em pleno apogeu de sua atividade literária. Recebeu, post mortem, o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra. De fina espiritualidade, sua poesia, sem deixar de ser moderna, mergulha raízes nas essências do simbolismo, caracterizando-se, no plano formal, pela riqueza de recursos estilísticos. Obras principais: Viagem (1938); Vaga música (1942); Mar absoluto (1945); Romanceiro da Inconfidência (1953); Solombra (1964).


Drummond disse: Amar a nossa falta mesma de amor





Amar



Que pode uma criatura senão,

entre criaturas, amar?

amar e esquecer,

amar e malamar,

amar, desamar, amar?

sempre, e até de olhos vidrados amar?



Que pode, pergunto, o ser amoroso,

sozinho, em rotação universal, senão

rodar também, e amar?

amar o que o mar traz à praia,

o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,

é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?



Amar solenemente as palmas do deserto,

o que é entrega ou adoração expectante,

e amar o inóspito, o cru,

um vaso sem flor, um chão de ferro,

e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave

de rapina.Este o nosso destino: amor sem conta,

distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,

doação ilimitada a uma completa ingratidão,

e na concha vazia do amor a procura medrosa,

paciente, de mais e mais amor.



Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa

amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.



Autor: Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de AndradePoeta e prosador brasileiro (Itabira, MG, 1902 – Rio de Janeiro, 1987). Poesia complexa e profunda, de múltiplas facetas: a visão de um universo grotesco, a tristeza e horror à vida, o senso de solidariedade humana, a luta pela expressão. Em gênero mais leve, como a crônica, revela, ora com desencanto, ora com espírito satírico, minuciosa observação do cotidiano. Tem sido traduzido para várias línguas. Obras principais: poesia — Alguma poesia (1930), Brejo das almas (1934), Sentimento do mundo (1940), José (1942), A rosa do povo (1945), A paixão medida (1981), Corpo (1984); crônicas —Contos de aprendiz (1951), Fala amendoeira (1957), Cadeira de balanço (1966), O poder ultrajovem (1972)

Luís de Camões disse: Amor é fogo que arde sem se ver



Amor é fogo que arde sem se ver


Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer;


É um não querer mais que bem querer;

É solitário andar por entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É cuidar que se ganha em se perder;


É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata lealdade.


Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Amigos compartilham pelo menos as recordações



Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações.


Vinicius de Moraes

Você se torna responsável pelo que cativa...


O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem.




Saint-Exaupèry


Amor é fogo alimentado



O amor e como fogo: para que dure e preciso alimenta-lo.






François La Rochefoucauld

Fernando Pessoa só quer dizer que te ama



Amo como ama o amor.

Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?


Fernando Pessoa

O Amor


O Amor
O amor é a amizade que se incendiou.
Surge como serena compreensão,
confiança, solidariedade e perdão.
O amor permanece fiel no bem e no mal.
Não exige a perfeição
e é tolerante com as fraquezas humanas.
O amor se contenta com o presente;
espera o futuro
e não lamenta o passado.
O amor aceita o dia-a-dia com a sua enfiada
de irritações, problemas, obrigações,
pequenos desapontamentos, grandes vitórias
e objetivos singelos.
Se o amor está na tua vida
ele te ajudará a conquistar o que te falta.
Se não está,
por mais que possuas
nunca será suficiente.

autor desconhecido