Imagem nítida sua face reluz diante dos meus olhos úmidos todas as noites.
Meus pensamentos vagueiam pelos contornos bem moldados do seu rosto jovem e estancam quase estatelados nos seus lábios carnudos.
Maldoso foi quando oferecia seus lábios para os meus beijarem, e desfrutava de uma entrega sem precedentes. Uma entrega tão verdadeira, e quase ingênua.
Maldoso também foi quando telefonava pela madrugada para me ouvir dizer o quanto o amava, e aproveitava para me enviar beijos macios que incendiavam meu peito.
Tão maldoso quando me inspirava a escrever inúmeras cartas, onde apaixonada registrava sentimentos que nunca, jamais, registrei antes.
Abriu seus braços acolhedores para que eu me atirasse neles, e assim o fiz sem cuidados, sem temores.
Liberou seus sonhos para que eu fizesse parte deles, e quase fui protagonista.
Rimos juntos. Choramos juntos. Rezamos juntos.
Parecia que nada poderia demolir o que estávamos construindo com nossa paixão.
Sentia-me tão invencível que não havia necessidade de estar em outro lugar que não fosse nos seus braços.
Era tudo tão imenso. Tudo tão forte! Uma relação regada de sentimentos tão verdadeiros e sinceros que fazíamos planos para nós dois.
Mas o tempo se encarregou de mostrar que vivíamos um maravilhoso momento de nossas vidas, apenas isso.
Sofri muito quando constatei que nossa relação se esvaia. Lutei ainda para tentar manter você comigo. Mas foi em vão.
Minhas noites desde então têm sido de lembranças, e lágrimas.
Ouço tantos me dizerem que em breve outra pessoa preencherá esse espaço vazio e serei feliz de novo. Mas não acredito nisso, não neste momento, pois não há nenhuma lacuna, nenhum espaço vago a ser preenchido. O espaço que existe está carregado de momentos, de saudade, de lembranças, e principalmente de amor, de um grande amor que não acabou e parece não querer acabar jamais.
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